O professor de Educação Física, Thiago Soares, explica a causa das dores no joelho e como você pode evitar fazendo exercícios e mudando a rotina do seu dia a dia.
É comum ser dito que a dor nas costas é o mal do século, no entanto será que somente a coluna e a musculatura dorsal merecem inteiro destaque? Creio que não! Determinadas regiões do corpo humano também sofrem bastante sob a influência da gravidade, do sobrepeso, da má postura e inclusive da falta de tônus muscular, como exemplo os joelhos, que têm a função de fornecer equilíbrio, movimentação, flexibilidade e sustentação corporal.
Por essa região sofrer grande ação da gravidade, além de pressões diárias de sobrecarga ou postura errada, diversas patologias podem vir a surgir, como a condromalácea ou condropatia patelar, que acomete principalmente as mulheres. Devido à anatomia feminina ser estruturada com a parte inferior do quadril mais inclinada lateralmente que nos homens, os joelhos são voltados para dentro, aproximando-se um do outro. Essa disfunção é conhecida como geno valgo (desenho de um “x” numa visualização à distância dos membros inferiores).
Essa desordem demora anos para se desenvolver e é caracterizada pelo amolecimento e degeneração da cartilagem que fica entre a patela (antiga rótula) e o osso do fêmur, dando perfeito deslizamento e amortecimento sobre o membro. O problema é que quando o desgaste é aumentado com o tempo, o contato de osso com osso gera dores e diminuição da flexibilidade.
Percebemos a disfunção pela sensação de dor na frente dos joelhos, assim como estalos conforme a pessoa corre, pula, agacha, sobe e desce escada, levanta da cadeira ou permanece sentada na mesma posição por horas, como ao sair de uma sessão de cinema – fato esse que, anos atrás, deu fama ao problema de “síndrome do cinema”, todavia é hoje conhecida como “joelho de corredor”.
Para tratar do problema, primeiro consulte um médico para realização de exames específicos, e depois saber se há necessidade de procedimento cirúrgico (em casos graves), fisioterapia ou intervenção do educador físico. O tratamento é basicamente focado no fortalecimento da musculatura que mobiliza a região, como os ísquio-tibiais (posteriores de coxa) e anteriores, a exemplo de um em especial: o vasto medial, músculo pertencente ao quadríceps (dá forma a coxa anteriormente), que é exercitado em isometria (força parada) e sob um ângulo de aproximadamente 20º. Exercícios de alongamento também se tornam fundamentais no processo de recuperação.
É aconselhado evitar se sentar de pernas cruzadas ou em cima da perna com o joelho flexionado, pois acarreta num desvio ainda mais lateral desse ossinho que cobre a articulação – o que potencializa o incômodo. O uso de salto alto também deve ser reduzido, mas caso o calçado seja muito necessário, ele não pode ultrapassar os 3 cm de altura, pois se não, o centro de gravidade é projetado para frente e aí… a pressão interna no joelho é aumentada.
VIVA BEM, CUIDANDO DE SEU JOELHO!