Em sua nova construção, Em Trânsito, Lenine ressinifica a pergunta retórica formulada originalmente em Chão (2011). Ressignifica, sim, pois estando em novas circunstâncias passa a ser uma nova pergunta – o tal “sempre outro rio a passar” que Heráclito ensinou a Quintana*. E talvez seja sua própria resposta: canção é processo, vem de muitos ondes, vai para outros tantos.
Em Trânsito é uma ode ao processo. Não à toa, subverte a ordem que se nos impuseram (disco de estúdio / show / disco ao vivo). Tudo do avesso porque é tudo processo. É livre de obrigações, desemoldurado. Lenine enxerga que O Dia em Que Faremos Contato (1997), Na Pressão (1999) e Falange Canibal (2002) constituem uma primeira trilogia, em que o conceito dos discos é uma amarração feita a posteriori, a partir do conjunto das canções que ele já compusera até então; já Labiata (2008), Chão e Carbono (2015) são uma segunda trilogia, em que novas canções foram criadas para álbuns cujos conceitos foram imaginados a priori. Em Trânsito seria o que, então, senão a fusão das duas coisas – justamente aquilo que não vem antes e nem depois?.
Serviço
Lenine – Em Trânsito
Data: 14/09, às 21h
Local: Teatro Imperator
Ingressos: Pista: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia)
Com informações e foto do Imperator